Marcelo Rebelo de Sousa venceu as eleições presidenciais por 60,76% dos votos e a novidade da noite foi André Ventura com (11,89%), ficando a um escasso ponto do segundo lugar da socialista Ana Gomes (12,92%).
O Presidente não tem poderes executivos, mas a autoridade política que exerce associada ao seu perfil pessoal constitui um incómodo permanente para o primeiro-ministro e o líder da oposição Rui Rio.
O irrequieto Marcelo que desde a infância preocupava a avó por simular terramotos quando estava a dormir, inquieta o sono a António Costa e a Rui Rio. O primeiro porque não quer ser ferrado pelo lacrau dada a sua imprevisibilida
de, o segundo porque quando pretende anunciar a posição do seu partido perante a acção do Governo, é surpreendido pela narrativa do homem de Belém que faz chegar antecipadamente às redacções a sua opinião sobre tudo e sobre nada.
Enquanto o PS constrói o seu poder nas cadeiras do parlamento numa maioria tecida contra a cultura política existente até 2015, o eleito interfere na afirmação política do PSD roubando-lhe o espaço que precisa para a apresentação de uma alternativa de poder.
Daí que a pergunta dos analistas e comentadores na noite eleitoral tenha sido “que tipo de intervenção vai ter o eleito neste último mandato?”
É evidente que ninguém consegue adivinhar, embora sejam claras algumas opções:
– evitar que Rui Rio chegue a primeiro-ministro;
– escolher um novo líder do PSD;
– manter o núcleo de interesses organizados que controlam o poder no nosso país;
– sustentar a corte lisboeta que à volta dele gravita;
Estamos longe de presidências que tivemos. Lembremos Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio. Esta análise é necessária para lermos o comportamento político no presidente actual. E percebermos que a degradação da democracia não começou com o aparecimento do Chega.
Arnaldo Meireles, director Sociedade Justa
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