As luzes do nosso Natal

Ninguém me pediu opinião. Mesmo assim aqui vai:
Luzes de Natal! Sejamos justos:
Sim, gostei de ver a minha Vila animada de cores luminosas.
Bem sei que nesta fase muitos consideram desperdício de verbas, até pode ser, embora, elas as verbas já estejam imputadas para efeito e não para outro, consequências de hábitos e costumes. Incutidos e instituídos há muito e muito tempo nas nossas vidas. Não será agora o poderoso COVID que para além de atazanar a nossa vida, nos vai impedir de viver o que sempre fez parte dos automatismos sociais.
Não! Nem pensar.
Diga-se de passagem os fogos de artifícios e o circo sempre têm feito parte do cardápio Natalício. Nós o Povo gostamos e aguardamos entusiasmados os tempos festivos que aquece os corações.
Está linda a minha Vila. Hoje nem me apetecia ir para casa.
Não sejamos hipócritas, precisamos imperiosamente de algo que nos alimente a alma. Um bem haja à decoração de Natal.
Ora, se não tivéssemos a iluminação habitual, seria como se estivéssemos em luto social. Pois é! Na verdade nunca tinha pensado nisso. Bem sei, que em todo este flagelo do mal COVID, o que para uns não deixa de ser um entrave nos afetos e convívios, para outros além do mencionado acresce a desgraça da carteira, outros sobrevivem outros morrem. Mas–.nada que não tenha já passado pela rota de outras vidas.
Tudo está a mudar, tal como já mudou em outros tempos.
Pois é! Precisamos de brilhos, faz parte da nossa natureza humana gostamos de Encanto.
As Luzes os Brilhos Encantam-nos!
Mas…não podem deixar-nos encandeados. O ideal é poder olhar para o belo sem deixar de pensar na trama complexa do grande sofrimento de muitas pessoas. Este devia ser o Espirito do Natal. A sociedade expressa-se num consumo desenfreado, na euforia das festas populares embriagando a alegria natural, a riqueza dos brilhos cegam a mente, O Covid pode servir para lembrar que nos falta a inteligência de um pensar mais profundo. Nada haver com o Encanto dos enfeites de Natal que tornam a minha Vila, uma obra de arte iluminada.
Maria Fernanda Calado, autora Grupo Privado Sociedade Justa

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