A humanidade viverá no crédito a partir desta segunda-feira (29 de julho), pois já consumiu todos os recursos naturais (água, terra, ar limpo…) que o planeta oferece, segundo um cálculo realizado pela organização Global Footprint Network.
O chamado Dia da Sobrecarga, calculado desde 1986, chegou dois meses antes de 20 anos atrás e a cada ano se antecipa no calendário. Em 1993, ocorreu em 21 de outubro; em 2003, em 22 de setembro; e em 2017, 2 de agosto.
“O fato de que o dia da sobrecarga da Terra seja 29 de julho significa que a humanidade utiliza atualmente os recursos ecológicos 1,75 vez mais rápido” que a capacidade de regeneração dos ecossistemas, destaca a ONG em um comunicado. “Gastamos o capital natural do nosso planeta, reduzindo ao mesmo tempo sua capacidade futura de regeneração”, adverte também a organização.
“O custo desta sobrecarga económica mundial está se tornando cada vez mais evidente com o desmatamento, a erosão dos solos, a perda da biodiversidade e o aumento do dióxido de carbono na atmosfera. Isto leva à mudança climática e a fenómenos climáticos extremos mais frequentes”, explica a organização, com sede na Califórnia.
Os modos de consumo apresentam enormes diferenças entre os países. “O Catar alcançou seu dia de sobrecarga depois de 42 dias, enquanto a Indonésia consumiu todos os recursos para o ano inteiro depois de 342”, destaca WWF, associada à Global Footprint Network.
“Se todo mundo vivesse como os franceses, precisariam de 2,7 planetas”, e se todo mundo adoptasse o modo de consumo dos americanos, seriam necessárias cinco Terras.
Segundo a WWF, “diminuindo as emissões de CO2 em 50%, poderíamos ganhar 93 dias ao ano, isto é, atrasar no dia da sobrecarga da Terra até outubro”.
A pegada ecológica de cada indivíduo pode ser calculada em http://www.footprintcalculator.org.
AFP/in DomTotal
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