Quando a casa dos avós se fecha

É um dos momentos mais tristes da nossa vida… quando a porta da casa dos avós se fecha…
Porque quando essa porta se fecha, encerramos os encontros com todos os membros da família, que quando se reúnem, exaltam os sobrenomes, sempre carregados pelo amor dos avós, como uma bandeira ou a camisola do nosso clube.
Quando fechamos a casa dos avós, também terminamos as tardes passadas com tios, primos, netos, sobrinhos, pais e irmãos… Nem precisamos de sair de casa… já que estar na casa dos avós é o que toda família precisa para ser feliz.
As reuniões de Natal eram sempre regadas com o cheiro a batatas, couve e bacalhau. Mas nunca pensávamos “…e se for a última vez”? Era demasiado difícil aceitar que tinha um prazo de validade… pensar que estes momentos de união serão apenas uma lembrança longínqua daqueles tempos melhores.
O ano passa enquanto desejamos por esses momentos, e sem nos aperceber, naquelas quatro paredes, passamos de crianças a adultos… porque o tempo em família não passa.
A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras… porque aqui são todos bem-vindos. E havia sempre aquele café/cevada, ou um belo pão com manteiga…
Saudamos as pessoas que passam pela porta da casa dos avós… mesmo que sejam estranhas. Porque as pessoas na rua dos avós são o nosso povo.
Fechar a casa dos avós é dizer adeus aos conselhos do avô, ao dinheiro que a avó te dá secretamente como se fosse uma ilegalidade, chorar de rir, ou chorar a dor. É dizer adeus à emoção de chegar à cozinha e descobrir as panelas, e saborear a única comida que tinha temperos de amor.
Portanto, se ainda tiveres a oportunidade de bater na porta dessa casa… aproveita… porque ver os nossos avós… dar e receber aquele beijo ou abraço… É uma das melhores sensações que podemos sentir na vida.
Talvez um dia, seremos nós avós, como os nossos pais foram e celebrar com eles o dom da família.
De um neto…

André Oliveira,

Director do Departamento Web na empresa 

Omnisinal, Professor na empresa CCDTCMPORTO

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