EDITORIAL – No passamento do Papa Francisco, que acompanho com dor, relembro as vezes que a ele acorri para me orientar nas decisões dos dias. E dou graças a Deus por ter na minha posse os seus escritos e que este jornal já lembrou aos nossos leitores.
E pela simples razão de me faltarem, agora, as palavras para falar deixo a citação que me está na cabeça e relembro aqui em forma de editorial do “Sociedade Justa”.
- Gostaria de insistir que a política não deve submeter-se à economia , e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia.
- Embora se deva rejeitar o mau uso do poder , a corrupção, a falta de respeito das leis e a ineficiência, não se pode justificar uma economia sem política, porque seria incapaz de promover outra lógica para governar os vários aspectos da crise atual
- pelo contrário, precisamos de uma política que pense com visão ampla e leve por diante uma reformulação integral , abrangendo num diálogo interdisciplinar os vários aspectos da crise.
- Penso numa política salutar, capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, que permitam superar pressões e inércias viciosas.
- não se pode pedir isto à economia, nem aceitar que ela assuma o poder real do Estado.
- Perante tantas formas de políticas mesquinhas e fixadas no interesse imediato, lembro que a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo.
- O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projecto de nação.
- e, mais ainda, num projecto comum para a humanidade presente e futura.
- Pensar que nos que hão de vir não tem utilidade para fins eleitorais, mas é o que exige uma justiça autêntica, porque, como nos ensinaram os bispos de Portugal, a terra é um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir a geração seguinte.
Ao Papa Francisco um adeus e um até sempre, agora que o encontramos na palavra impressa sabendo que noutra dimensão experimentaremos outras sabedorias.
Alfredo Cardoso, diretor “Sociedade Justa”
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