Trata-se de uma visita ao nosso quotidiano, ou melhor, da revisitação de situações e pessoas já catalogadas, às quais não damos já importância por tão banais se terem tornado e também pela nossa impotência em fazer algo que mude o rumo das coisas.
As histórias de Cabeceira, conduzem-nos ao âmago das situações relatadas em forma de Contos. Reflete sobre os mais variados temas e através da sua “leitura” dos factos, acaba por nos levar a ver outras realidades. Não somos impotentes para mudar o rumo de algumas histórias que consideramos de resultado anunciado, não pensando mais sobre o assunto, encarando-o como “fatalidades sociais e pessoais”. Podemos afirmar que estas visitas à existência humana, esta busca de novas formas de encarar problemas sociais considerados sem solução, ou desprovidos de importância, revelam uma séria preocupação com os tempos e os modos em que e como vivemos.
É, sobretudo, uma obra de grande fundo filosófico e de inquietação social. Acaba por nos mostrar, através da sua metódica “desmontagem” dos factos relatados, que é possível sim, dar outros finais a “histórias” de “flagelo endémico”, tendo como temas assuntos como a emigração, a velhice, a droga, a vizinha do lado, o homem que escolheu viver na rua.
É uma obra de esperança que nos transporta a lugares mais esperançosos e confortantes da existência humana face a problemas corriqueiros.
Não é uma “obra egoísta”, conta com a ação do leitor, como agente da narrativa, incute, retira, aproveita, concorda ou discorda, daquilo que lê. Desafia o leitor a relatar. O modo interativo de o fazer é a inclusão de uma página dedicada à “recriação” das histórias, anotações, o que quer que o leitor decida fazer, em vez de fazer anotações nas próprias páginas impressas do livro, como é tão vulgar acontecer.
Cada conto, é uma proposta de solução, um novo e fresco olhar sobre o nosso quotidiano que tenta reunir as peças da nossa “humanidade” fragmentada.
Histórias de Cabeceira de Contos Castiços são amostras de histórias de vida, experiencias vividas e sentidas neste turbilhão apressado que é a nossa existência e passagem pelo Mundo.
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