Prémio Nobel da Paz debaixo de polémica – A entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2025 não foi unânime em termos de aceitação pública e institucional.

Embora Maria Corina Machado tenha sido oficialmente reconhecida pelo Comité Norueguês do Nobel pela sua luta pacífica pela democracia na Venezuela, houve controvérsias significativas:
Cancelamento da cerimónia oficial
O Conselho Norueguês pela Paz decidiu não realizar a cerimónia tradicional de entrega do prémio, alegando que a escolha da laureada não estava alinhada com os valores do movimento pacifista que representa.
Divisão institucional
Esta decisão rompeu uma tradição centenária e evidenciou um desacordo entre o Comité Nobel (responsável pela escolha do vencedor) e o Conselho da Paz (envolvido na organização dos eventos paralelos).
Portanto, apesar da escolha oficial, a entrega do Nobel da Paz em 2025 gerou divisões e não foi recebida de forma unânime por todas as entidades envolvidas.
Controvérsias antigas com o Prémio Nobel da Paz
O Prémio Nobel da Paz, embora destinado a homenagear esforços pela paz mundial, tem sido alvo de várias controvérsias ao longo da sua história. Aqui estão alguns dos casos mais debatidos:
Laureados polémicos
- Henry Kissinger (1973): Recebeu o Nobel pela negociação do cessar-fogo na Guerra do Vietname. Críticos apontam o seu envolvimento em ações militares controversas no Sudeste Asiático e América Latina.
- Aung San Suu Kyi (1991): Premiada por sua luta pacífica pela democracia em Mianmar. Décadas depois, foi acusada de conivência com a perseguição aos rohingyas, o que manchou a sua reputação internacional.
- Barack Obama (2009): Recebeu o Nobel poucos meses após assumir a presidência dos EUA, gerando críticas por ainda não ter realizado ações concretas pela paz mundial.
Ausências notáveis
- Mahatma Gandhi: Apesar de ser um ícone da resistência pacífica, nunca recebeu o Nobel da Paz. Muitos consideram essa omissão um dos maiores equívocos da história da premiação.
Decisões contestadas
- María Corina Machado (2025): A líder da oposição venezuelana foi premiada, mas o Conselho Norueguês da Paz recusou-se a organizar a tradicional marcha das tochas, alegando que os seus métodos não se alinham com os valores pacifistas da organização.
- Donald Trump (indicado em 2018): A sua nomeação gerou perplexidade, especialmente pelo seu estilo confrontacional e políticas externas controversas.
Esses episódios mostram que o Nobel da Paz, embora prestigiado, nem sempre é consensual — refletindo tensões políticas, éticas e ideológicas que cercam os esforços pela paz.
Reações favoráveis à nomeação
“Sistema criminoso”
A ONU disse que o Prémio Nobel refletia as aspirações dos venezuelanos por eleições “livres e justas” .

Embaixador venezuelano na ONU
Em Nova York, Samuel Moncada, embaixador venezuelano nas Nações Unidas, brincou após uma reunião do Conselho de Segurança sobre o seu país: “Não sei a reação do meu governo, mas vou lhe contar a minha (…) Eu esperava que ela ganhasse o Prémio Nobel de Física, porque ela tem as mesmas credenciais para o Prémio Nobel de Física e para o Prémio Nobel da Paz . “
Magalli Meda, ex-gerente de campanha política de Corina Machado, disse, por outro lado, que o Prémio Nobel era “uma ferida profunda na espinha de um sistema criminoso “. Ela justificou a dedicação a Trump: “Aqui, a paz será alcançada pela força (…) eles não estão dispostos a ceder o poder ” .
Numa declaração pública Corina Machado escreveu: “A cada venezuelano, este prémio é seu “, referindo-se aos “26 anos de violência e humilhação nas mãos de uma tirania” desde que Hugo Chávez chegou ao poder em 1999.
“A máquina de opressão tem sido brutal e sistemática, caracterizada por detenções, torturas, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais que constituem crimes contra a humanidade e terrorismo de Estado “, acrescentou.
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