Houve um pequeno atraso esta tarde na Capela Sistina. Os cardeais da Cúria já haviam tomado os seus lugares, alguns trocando algumas palavras em voz baixa enquanto aguardavam a abertura.
Em Roma, nesta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, a oração entre o Papa e o “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra”, o Rei Carlos III, permanecerá um dos momentos simbólicos do Jubileu de 2025.
Poucas celebrações ecuménicas foram organizadas este ano — além de uma oração recente pelos mártires de todas as religiões, em 14 de setembro.
Pela primeira vez desde 1534, um soberano britânico no poder rezou publicamente com um Papa. Em quase cinco séculos, nenhum ato litúrgico conjunto havia sido realizado entre o papado e a Coroa Inglesa, devido ao cisma causado por Henrique VIII. Este último rompeu com Roma para obter a anulação de seu casamento, que havia sido recusado pelo Papa, e para afirmar a sua autoridade sobre uma Igreja nacionalizada.
Quando Leão XIV entrou na Capela Sistina na quinta-feira, vinte minutos depois do meio-dia, o Rei Carlos III e a Rainha Camila já estavam sentados à direita do altar, sob o Juízo Final de Michelangelo, que dominava toda a parede. O Papa avançou para esta capela de conclaves ao lado do Arcebispo Anglicano de York, Stephen Cottrell.
A Arcebispa de Canterbury ausente
Será para evitar um agravamento ainda maior da complexa relação ecuménica em torno da questão da ordenação de mulheres que Sarah Mullally, Arcebispa de Canterbury – a primeira mulher a ocupar esse cargo – não participou da visita real ao Vaticano?
Tanto o Palácio de Buckingham quanto a Santa Sé citam um argumento processual: a Sé de Canterbury está “atualmente vaga”, com Sarah Mullally, Bispa de Londres desde 2018 – e, portanto, atualmente um grau abaixo de Stephen Cottrell no protocolo – só deve tomar posse em março de 2026…
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