Arnaldo Cardoso de Pinho

A diocese do Porto despediu-se hoje do Professor Doutor Arnaldo Cardoso de Pinho um dos seus mais recentes pensadores no seguimento de Dom António Ferreira Gomes de quem foi discípulo.

Foi uma figura de destaque na Universidade Católica Portuguesa – Porto, onde atuou como catedrático na Faculdade de Teologia até  à sua jubilação.

Também desempenhou papéis importantes como vice-presidente do Centro Regional do Porto da UCP, diretor do Centro de Estudos do Pensamento Português e da Cátedra de Poesia e Transcendência – Sophia de Mello Breyner Andresen.

Faleceu no dia 15 de maio de 2025, aos 82 anos e no dia 16 de manhã despediu-se a diocese dele em exéquias solenes presididas pelo bispo do Porto, Dom Manuel Linda.

 

 

O Professor Arnaldo Cardoso de Pinho teve um impacto significativo na teologia sistemática, especialmente no estudo da Cristologia e da relação entre fé e cultura.

 

Áreas de intervenção de Arnaldo Cardoso de Pinho:

  • Cristologia na Modernidade – a sua tese de doutoramento na Universidade Pontifícia de Salamanca abordou a identidade cristã na modernidade, explorando o pensamento cristológico de D. António Ferreira Gomes.
  • Desmitologização e Interpretação – Investigou a relação entre fé e racionalidade, analisando como a teologia pode dialogar com a cultura contemporânea.
  • Publicações e Artigos – Escreveu diversos artigos e livros sobre teologia, incluindo obras como O que é a Teologia e Cultura da Modernidade e Nova Evangelização.
  • Direção Académica – Foi diretor-adjunto da Faculdade de Teologia no Porto e contribuiu para o desenvolvimento do ensino teológico na Universidade Católica Portuguesa.

Adeus Caro Professor

Nesta despedida sofrida lembro-me da influência que este professor teve em mim e no meu percurso de vida. Um dia cruzámo-nos numa discussão sobre o racionalismo. Foi curta como o professor gostava, mas provocatória como era hábito entre nós nos corredores do “Comércio do Porto” onde tínhamos uma página ao domingo.

O desafio foi dele e o caminho fi-lo eu! Percebi depois que o racionalismo é o maná da era do vazio, deu para entender as fragilidades das ideologias e, sobretudo, perceber que o caminho da fé se encontra no âmbito da manifestação do sagrado.

Todas as nossas conversas terminavam com um sorriso a provocar qualquer coisa, o que acontecia, o que podia acontecer, mas sempre com a convicção de que as coisas do espaço eram pequenas na dimensão do tempo.

Querido amigo, um abraço.

Arnaldo Meireles

 

 

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