A festa dos nossos irmãos comunistas

A festa dos nossos irmãos comunistas – Nestes dias em peregrinação ao Seixal, os nossos irmãos comunistas acorrem ali em liturgia de libertação e romagem na procura da esperança: vão afirmar “valores de sempre” e apontar (como sempre) a luta como caminho de uma sociedade justa.

Viajam de todo o país, conhecendo que a contabilidade eleitoral aponta para mínimos que o “capital social” do partido teima em garantir. Não falamos aqui do mafarrico capital – pai de todos os males e discriminações – mas daquele capital que fica quando a debandada acontece. Fica o “social”, isto é, os militantes que não chegando para aumentar a representação no Parlamento são suficientes para alimentar a alma. E é de alma que estamos a falar!

Com cem anos de idade, memória de luta consagrada, os nossos comunistas quando falam trazem consigo esta história que precisamos de conhecer e divulgar; e devemos ter a honestidade de a sublinhar, sobretudo num tempo de ligeirismo/consumismo da receita do dia que nos é servida pela “opinião pública” editada e que como sabemos, vale o que vale!

Nestes cem anos, precisamos de encontrar e reconhecer o rumo perseguido e que culminou no 25 de Abril de 1974. E todos estes anos depois, merecem os nossos comunistas que lhes dêmos ouvidos pela autoridade que têm para falar sobre o que os motiva.

A sociedade portuguesa precisa de ouvir  a voz do PCP. Podendo ou não concordar com ela, convém que seja conhecida porque construída em contra-sistema, numa lógica própria de afirmação minoritária.

Os ventos da ideologia

Os ventos da ideologia hoje sopram para domínios de conforto, utilidade, pragmatismo e consumo, numa espiral que nos descentra da vida real mas alimenta o circuito do dinheiro. Um circuito com vida própria, de respiração autónoma, baseada nas regras do financismo, meticulosamente executado pelos cardeais banqueiros, donos da gramática que apresenta o capital como único caminho de “salvação”.

Na realidade, estes executantes, de ordens de mãos anónimas, são ministros do altar onde se endeusa o dinheiro apresentando-o como o bálsamo plenamente eficaz.

Infelizmente para os mais pobres e quem precisa, a vida contradiz os mandamentos do capital, e por isso vemos, ouvimos e lemos (para quem quer ver, ouvir e ler…) que as “soluções absolutas” vinda de onde vierem mais não são que receitas do poder dominante.

Por Arnaldo Meireles

 

 

 

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